Olhem que carinha desconfiada. E o Pedro estava eufórico, feliz demais!

A foto anterior foi um momento que lembro bem: uma imensa alegria e uma emoção muito forte. Era a primeira noite que eu colocava meu filho para dormir, sonhei muito com esse momento.

Conheci o meu filhote no dia em que fez 10 meses, dia 19 de maio, quarta-feira. Eu estava trabalhando numa escola perto do Fórum, no final da tarde, quando a AS me ligou para dizer que tinha duas crianças para eu conhecer: dois meninos. Um de 9 meses e outro de 2 anos. Se eu quisesse conhecer naquele mesmo dia teria que correr para pegar a autorização. Eu nunca tinha ido ao bairro onde ele morava, é um pouco afastado e já estava ficando tarde. Liguei para um grande amigo e ele prontamente foi ao meu encontro. Na ida meu coração parecia querer sair pela boca, o trabalho de parto havia começado. Quando chegamos já nos esperavam. Entramos na casa acolhedora e fomos cercados por várias crianças entre 2 e 6 anos, todos queriam nos beijar, abraçar, pularam logo no colo do vovô. E finalmente lá estava ele, o bebê que eu planejava chamar de Paulo, estava engatinhando pela casa, gordinho, fofinho, lindo com seus cachinhos negros e se chamava Miguel. Aquela era a hora da verdade e mesmo o adorando fui acometida por um medo enorme, um medo que eu nunca imaginei que pudesse sentir nessa hora. Eu sinceramente apesar de já ter lido e conversado tudo sobre o encontro, o amor, o vínculo e tudo sobre mãe e filho, no fundo esperava aquele tal sinal me dando a certeza de que aquele era o meu filho. Hoje me sinto até envergonhada por ter ficado tão confusa naquele momento tão sublime. Eu entrei em pânico e aquela noite e o dia seguinte foram dos mais difíceis da minha vida. Chorei horrores, liguei pro Brasil todo atrás das minha amigas do Planos de Deus. No final da tarde meu trabalho de parto finalmente terminava com ajuda de várias parteiras: Bel, Denise, Poliana, Patrícia, Rita, minhas irmãs e minha mãe. E eu já tinha a resposta para a AS, mesmo ela me dando mais alguns dias para decidir. Quando reencontrei meu filho o meu choro já era de emoção e o peguei no colo com a certeza de que nós eramos sim mãe e filho, e não havia mais dúvida sobre isso. E a tristeza de não poder levá-lo para casa? A burocracia daqui é terrível e mesmo ele tendo menos de 1 ano me obrigaram a esperar 13 dias pela guarda provisória e só aí ele foi para casa oficialmente. Nesse período de espera ia vistá-lo e nessas visitas dei o 1º banho, a 1ª mamadeira, papazinho, banho e muito colinho, na quinta-feira consegui autorização da AS do abrigo para passar o fim de semana com ele. Quando o levei de volta na manhã de terça, rezei para que ele não tivesse que passar mais uma noite longe de mim, e no início da noite eu e o vovô de plantão no Fórum conseguimos a guarda e fomos correndo buscar o meu filhotinho.

Nossa! São 2:48 da madrugada e eu aqui relembrando a chegada do Miguel. Por hoje chega, né?

Cansaram? Amanhã tem mais...

Beijos

Ah, ia esquecendo de contar, uma amiga do PD estava acompanhando uma grávida para mim, pois achava que o perfil da criança não combinaria com ela e sim comigo. E eu estava esperando o bebê nascer e me preparando pisicológica e financeiramente para fazer uma longa viagem para buscar essa menininha. Eu sempre sonhava (literalmente) com meninas e quando finalmente estava esperando uma, aparece um menininho aqui pertinho de mim. Essa amiga continuou acompanhando a grávida e descobriu que na verdade aquela era sua filha!

Agora é tchau mesmo, até amanhã...